.O arcebispo de Palmas (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Pedro Brito, escreveu uma mensagem a todos os religiosos e religiosas, por motivo do Dia do Religioso, comemorado no dia 21, e que se celebra sempre no terceiro domingo de agosto.
Segundo o texto de dom Pedro Brito, a Vida Consagrada é um caminho de especial seguimento de Cristo. “É um deixar tudo para estar com Cristo e colocar-se com Ele ao serviço de Deus e dos irmãos. É entrega total ao Senhor da vida, é acolhimento total de Cristo na própria vida e na vida da Igreja. O consagrado, a consagrada faz de Cristo o sentido total da própria vida; preocupa-se em reproduzir, na medida do possível, ‘aquela forma de vida que o Filho de Deus assumiu ao entrar no mundo’ (LG 44)”.
Do Pedro ainda destaca que hoje a sociedade questiona a vida religiosa, principalmente através de duas perguntas: “Por que se consagrar? Para que se consagrar?”, e ele responde. “Só há uma resposta à primeira pergunta: é por amor a Jesus, aquele sobre o qual repousa o Espírito do Pai; E para a segunda resposta, para amar a Jesus e as pessoas a quem os consagrados são chamados a servir com humildade, característica de João Batista, o precursor que veio preparar os caminhos do Senhor”, afirmou.
“Aceitem, portanto, da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, o nosso abraço, cheio de ternura e amor. Que neste dia, do nascente ao poente, todos os raios do sol, todos os pingos de chuva, todas as luzes da lua e das estrelas, todas as vozes, todas as mãos, todas as flores dos jardins, irradiem, reguem, iluminem, proclamem, aplaudam, enfeitem e perfumem este dia, em homenagem a vocês”, finaliza dom Pedro Brito
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Dom Pedro Brito escreve mensagem para os religiosos do Brasil
Irmã Lucinha fala de sua Experiência no Serviço de Animação Vocacional
Minha dedicação no que se refere ao trabalho vocacional tem uma história muito antes de
ingressar na congregação, todavia, chegando a Salvador como formanda logo comecei a fazer parte da equipe paroquial e arquidiocesana; com a caminhada participei ativamente dos estudos preparatórios ao 1º Congresso nacional realizado em Itaicí Indaiatuba - SP nos dias de 1º a 05 de setembro de 1999 que teve como tema: “ Vocações e Ministérios para o Novo Milênio” e Lema: “ Coragem! Levanta-te Ele te chama” (Mc 10,49b). Tentando contribuir sempre mais na caminhada estive em comunhão estudando o texto base do 1º Congresso Latinoamericano, realizado também em Itaici Indaiatuba-SP com o Tema: A Pastoral Vocacional no Continente da Esperança , realizado em 1994 pois a nível de Congregação contribuir na equipe para a realização do 1º seminário cujo tema foi à luz deste congresso. Sentindo a necessidade de encontrar pistas e melhor poder contribuir neste serviço assessorei vários encontros de preparação ao 2º Congresso nacional e tive a graça de participar pela diocese de Petrolina-PE em Itaici Indiatuba SP com o tema: ” Igreja, povo de Deus a serviço da vida” e o Lema: “Ide também vós para a minha vinha” (Mt. 20,4). Retornando promovi vários encontros de repasse. Buscando sempre mais incentivo, motivação para não desanimar diante dos grandes desafios no que se refere a um trabalho em conjunto na perspectiva de contribuir na caminhada para que de fato nossa Igreja seja um dia “assembleia de vocacionados”. Acompanhei todo o estudo do texto base para o 3º Congresso nacional onde Deus concedeu-me a graça de fazer parte, pois, foi oferecida uma vaga a nível de CRB (Conferencia do Religiosos do Brasil) para o nosso regional. O mesmo realizou-se em Itaici Indaiatuba- SP nos dias 03 a 07 de setembro de 2010 com o Tema:” Discípulos Missionários a serviço das vocações” e o Lema: “ Ide, pois, fazer discípulos entre as nações” (Mt 28,19). Ouso afirmar ter sido um kairós - força revigoradora para a caminhada desta pastoral e porque não dizer do Serviço de Animação Vocacional. O entusiasmo para a busca de vastos e alargados horizontes nos fez sentir que ser verdadeiramente discípulos/as missionários/as, só na intimidade com o grande Mestre Jesus é que somos capazes de não perdermos a esperança na missão, pois, é Ele que nos chama e também nos envia. Aconteceu um grande mutirão por parte dos/as participantes, assessoria e equipes de organização nos estudos, partilhas em que experienciamos a ousadia, a liberdade de expressão, a coragem de que somos responsáveis em ajudar no processo formativo para sermos uma Igreja verdadeiramente de discípulos/as missionários/as. Porém convém ressaltar que ainda como Igreja temos muitas dificuldades de compreender a PV/SAV numa Pastoral de conjunto, pois, ainda é muito acentuado o trabalho vocacional apenas às vocações sacerdotais e religiosas, constatou-se que a participação muito expressiva de padres inibiu a ter uma boa representação e participação dos leigos/as; pouco se falou dos ministérios leigos e bem menos das vocações especificas levando assim a não acentuar pontos fundamentais para a formação de discípulos/as missionários/as. Para os mais atentos, ofuscou-se o que tão bem diz o concílio Vaticano II de que a Igreja é “ Igreja Povo de Deus”, como também o documento de Puebla que expressa “ uma Igreja toda ministerial”. Porém mesmo diante destas constatações posso afirmar que houve concretamente avanços bem como:
Motivou-nos a olhar a realidade com mais atenção;
Apresentou-se pistas com atenção especial aos jovens;
O cuidado para que a cultura vocacional seja realidade em toda a Igreja;
Levou-nos a refletir a termos uma visão ampla de que Deus fala e chama dentro de um contexto e sobretudo na realidade das juventudes e não só nos espaços da Igreja mais sim no contexto das drogas, no meio universitário, nas baladas etc.
Precisamos nos aproximar dos jovens;
Admitir quanto as crises de vocações de que são crise sim da experiência de Deus;
Devemos dedicar nosso trabalho à vocação do ser humano estando ou não as pessoas integradas numa pastoral
O/a animador/ra vocacional deve preocupar-se com questões estruturais como: recursos humanos, tempo, dinheiro e muita criatividade.
Como representação dos organismo a CRB teve uma boa participação e em reunião com o Padre Aléxis Rodrigues sacerdote da arquidiocese de San José, na Costa Rica- secretário –executivo do Departamento de Vocações e Ministérios, do Conselho Episcopal Latino-americano (Devym-Celam) membro da equipe organizadora do 2º Congresso Vocacional da América Latina e do Caribe agradecendo nossa participação e motivando-nos a ser uma presença presente com nossa contribuição e animação ofereceu mais vagas e porque nossa regional não possa dar esta contribuição? Coube a mim assumir este grande desafio. 2º Congresso Continental Latinoamericano das vocações realizado em Cartago, Costa Rica nos dias 31 de janeiro a 05 de fevereiro de 2011 reponsabilidade da Pontifícia Obra para as Vocações Conselho Episcopal Latinoamericano-CELAM e Conferencia Latinoamericana e Caribenha de Religiosos e Religiosas- CLAR. Teve com o Tema: Llamados a lanzar las redes para alcanzar vida plena en Cristo ( “Chamados a lançar as redes para alcançar a vida plena em Cristo” o Lema: “ Maestro, en tu Palabra acharé las redes” ( Lc 5,5) (“Mestre, pela tua palavra lançarei as redes”)
= Qual sua impressão quanto ao congresso?
Minha impressão é como se este congresso respondesse os desafios da Conferencia de Aparecida, especialmente em que se faz necessário destacar a ênfase missionária associada à perspectiva vocacional expressa no próprio tema valendo ressaltar qual a nossa compreensão que temos de missão onde não devemos esquecer do além fronteira é bem verdade as vezes geográficas como também além fronteira da cultura, das ideológicas, dentro das nossas próprias pastorais etc. De forma explícita trabalhou-se muito para fortalecer a cultura vocacional e esta deve ser a condição para que através do batismo possamos responder o chamado a seguir o Mestre tomando consciência da própria vocação que é vivida na comunidade e no mundo e é preciso que assumamos ter a necessidade da graça de Deus para assim termos a capacidade de superarmos os grandes desafios que perpassa toda a América Latina e Caribe.
= Quais as conclusões?
Oficialmente não temos ainda em virtude de que o documento final ainda não foi lançado( proposta para o dia mundial de orações pelas vocações)
Portanto, coloco aqui a nível de minha compreensão
O cultivo de uma “cultura vocacional”( vocacionalizar todas as pastorais) como primeira condição para sermos de fato uma Igreja de discípulos missionários;
A acentuada dedicação a lectio divina- meio eficaz para a sustentação da fé;
Os frutos deste congresso não seja apenas para os que estão diretamente nesta pastoral, mas chegue também a um fortalecimento a pastoral de conjunto e aos que estão a margem da Igreja;
Não abrir mão do uso de adequados meios tecnológico e sobretudo, o direcionamento do itinerário vocacional;
Os /as animadores/as vocacionais sejam capacitados para um acompanhamento na área da espiritualidade como também da teologia das vocações.
=O que mais lhe impressionou?
impressionou:
A recepção foi muito fraterna desde o acolhimento nas casas das famílias e a comissão organizadora. Tudo preparado com cuidado e carinho;
A dimensão bíblica a luz do Sínodo da Palavra;
O enfoque da dimensão da misionariedade;
A participação na organização de: crianças, adolescentes, muitos jovens e idosos. Na realidade o congresso não foi realizado apenas nestes dias, nem também entre os 400 delegados, mas sim, bem antes como também toda a cidade de Cartago assim como a cidade de Três Rios onde a delegação brasileira ficou hospedada;
As partilhas das diversas culturas nos grupos de trabalho e sobretudo a experiência de irmos as com unidades paroquiais para o momento catequético e de adoração;
As celebrações Eucarísticas; as orações;
Os momentos de partilha dos dons- riquezas culinárias dos países;
O grupo do Brasil testemunho de união, alegria e um compromisso para um novo impulso deste serviço em terras brasileiras
=Que mensagem deixa para o mês vocacional?
Desejo fazer uso do que nos diz o documento de Aparecida que: “... A pastoral vocacional é responsabilidade de todo o povo de Deus, começando na família continuando na comunidade cristã..., plenamente integrada em ambiente de pastoral organizada, com frutos de uma solida pastoral de conjunto, nas famílias, na paroquia, nas escolas católicas e demais instituições eclesiais. É necessário intensificar diversas maneiras a oração pelas vocações, com o qual também se contribuir para criar maior sensibilidade e receptividade diante do chamado do Senhor... as vocações são dom de Deus...” ( DA 314).
Sendo “as vocações dom de Deus” precisamos estar abertos/as a acolher este Dom nas realidades do mundo hodierno, pois Deus não deu um “stop”, ele continua chamando, nós é que muitas vezes não compreendemos o seu chamado e desviamos o caminho.
Às famílias: dediquem seu tempo a encontrar inspiração à luz da Palavra de Deus e na intimidade com Jesus Cristo que os chama fortalecendo-se na força do Espírito Santo vivificador que os envia em missão. Peçam insistentemente a coragem para serem de fato testemunhas de união, aconchego, amor – doação para seus filhos, assim teremos crianças e jovens capazes de renunciar o que é mundano para viver seu chamado à vida com alegria e gratuidade.
À juventude: os/as jovens que se deixam fazer a experiência humana de uma vocação a vida com dignidade de ser gente, estes/as têm a liberdade de fazer suas opções sem se deixarem ser influenciados/as por coisas fúteis que o mundo oferece trocando o prazer e a realização momentânea por uma realização duradoura sendo testemunhas da grande alegria assim como os discípulos de Emaús “ ...não ardia o nosso coração quando Ele lhes falava das escrituras?...” arder o coração hoje é assumir que é necessário trabalhar o humano dentro do contexto das realidades que os cerca (droga, sexo desenfreado, etc) e nunca fugir delas assumindo num processo libertador também sendo testemunha para outros jovens de que vale apena viver pois, “ a vida é bonita é bonita é bonita.
Às crianças : ninhos acolhedor da graça de Deus que sendo guiadas pelo testemunho e encontrando verdadeiros referenciais poderão viver com intensa alegria sua sublime faze permeada de sonhos, na ludicidade e revelando seu direito de constituir adolescentes realizados e jovens imbuídos de fé e esperança por dias melhores e poderão cantar: “ fé na vida, fé no homem, fé no que virar... vamos lá pra ver o que será”.
=que mensagem deixaria para a VRC?
O chamado é a maior forma de expressão carinhosa de Deus, do seu amor para conosco foi e é ELE que nos chamar à alegria de Viver.
A vida Consagrada: A nossa felicidade com a consagração ao assumir os conselhos evangélicos é a expressão da realização de que devemos ser mulheres e homens altamente humanos assumir nossas fragilidades e nestas deixarmos o espaço para a graça de Deus que é gratuidade florescer em nós e espalhar-se a traves de nós. Isto é um exercitar cotidiano fruto de uma intimidade profunda da relação amorosa na ternura de Deus..., claro, mergulhados/as no chão da realidade pessoal, comunitária e de mundo - povo de Deus. Dando este testemunho de que somos felizes, realizados/as desejaremos ardentemente que outros/as participem desta graça que é o seguimento radical como discípulos/as e missionários/as seja qual for à acolhida do chamado de Deus na sua vida. Assim como muitos animadores vocacionais, nós Vida Religiosa também nos desencantamos! A Palavra de Deus “Mestre, pela tua palavra lançarei as redes” (Lc 5,5) muito foi o esmero, o esforço e insuficiente a pesca . Muitos métodos são insuficiente e inadequados, faltando iniciativas e criatividades, disposição, revigoramento e acreditar que somos movidos/as pela força de um amor maior. Muitas vezes acreditamos mais em nossas forças e recursos e não damos oportunidade para o Grande Mestre interpelar; dizer: “Lancem as redes novamente daquele lado”. Acreditamos de fato de que somos uma Igreja mistério de comunhão? Somos chamados/as a ser discípulos/as missionários/as de uma Igreja kerigmatica? Capaz de anunciar o kerigma em especial aos batizados reconhecendo que o Espírito os envia em missão? O SAV (Serviço de Animação Vocacional) e a Pastoral Vocacional tem a finalidade de sensibilizar, sobre a vocação batismal o compromisso do discípulo missionário e ajudar a despertar discernir a proposta de Deus para cada um/a. Devemos ter a coragem de sair dos nossos espaços ir as “praças” das juventudes ir aos “ tugúrios ”(realidades desafiadoras, jovens desfigurados chagados pela violência, vícios, esquecidos de todos, com fome, deixados à margem da vida pelos egoístas ) “ ...aí a Medianeira plenificada pelo amor a Cristo aproxima-se do Cristo indigente ...Como lâmpadas ardentes, suas palavras falam sobre a necessidade, a beleza da fé, da esperança e da caridade... como tão bem diz o nosso pai fundador Dom Antônio Campelo de Aragão.
= Sua mensagem final:
Pessoalmente sou muito agradecida a Deus pela belíssima oportunidade e confiança da nossa regional CRB BA/SE em acreditar em mim nesta missão, como também na minha congregação. Revigorada pela experiência do 3º Congresso nacional e na tentativa de ousar mais, sinto-me motivada a comprometer-me na caminhada e atenta aos ecos do 2º Congresso Latinoamericano buscar sempre mais uma vivência intima com o Senhor da Messe que nos envia para a missão como discípula missionária e através do meu carisma congregacional estar a serviço das vocações.
Ao mesmo tempo tenho dúvidas se este congresso a nível de nosso regional vá trazer grandes repercussões impactantes, pois o comprometimento é ainda muito tímido, temos que nos esforçarmos bastante para que nossa Igreja tenha uma “cultura vocacional” mais explícita e esta deve ser recíproca em todos os /as batizados/as.
Acredito muito na força transformadora do desejo de comunhão e participação na concretude de uma pastoral de conjunto e na consciência de que somos Igreja e que a experiência do discipulado seu destino é a missionariedade. Portanto, tenho esperança de que a novidade à luz do documento de Aparecida sob a proteção da nossa Mãe Maria a vocacionada do Pai revigore os/as animadores/as vocacionais no desejo primeiro de encontrar-se com o Senhor que nos chama e diz: Ide em missão e depois ser testemunhas após a experiênciar a confiança e dizer: “ Maestro, en tu Palabra acharé las redes” ( Lc 5,5) (“Mestre, pela tua palavra lançarei as redes”)
Quanto às Medianeiras da Paz é este o momento de fazer ecoar a voz do nosso querido pai fundador- D. Campelo. “VOCAÇÕES! VOCAÇÕES SAGRADA FOME E SEDE DE TODAS AS MEDIANEIRAS”. Que possamos criar entre nós uma “cultura vocacional” e possamos dar testemunho de que somos realizadas na vocação que Deus a nós confiou e felizes daremos nossa valiosa colaboração na construção do Reino sendo instrumento de despertar santa vocações ministeriais e especificas, sobretudo surgiram jovens que dirão “ Eu quero ser medianeira” Já imaginou inúmeras jovens dizendo que desejam ser discípulas missionárias com a cor da mediação seguindo Jesus Cristo Mediador? O que precisamos fazer para que isto se torne uma realidade? Porque não desamarrar nossas redes e em obediência ao Mestre mesmo que o desanimo chegue fazer acontecer (“Mestre, pela tua palavra lançarei as redes”) ( Lc 5,5)
Meu carinhoso abrigada de coração feliz também, pela oportunidade de compartilhar deste espaço.
GRAÇA E PAZ, Ir. Lucinha- MP
Na alegria de sentir-se discípula missionária a colher as mais diversas realidades do nosso continente através das velas símbolos dos sete dons esparramados visualizando assim o rosto de cada irmão/ã Latino-americano.
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